Primeira: Fase do encantamento, quando um está
enamorado do outro
Ocorre quando o casal se sente plenamente realizado e absolutamente
preenchido um pelo outro. Nesta fase o amor é cego. Há uma nutrição constante do
vínculo. A sensação é de completude e totalidade. Nesta fase, nenhum dos dois
enxerga o “Real”, mas sim aquilo que foi idealizado, sonhado e desenhado no
tempo de namoro e noivado. Ela o vê como o “um príncipe”, ele a vê como uma
“princesa encantadora”. Nesta fase, até o ronco dele soa como sinfonia; ela,
mesmo despenteada quando acorda é linda e maravilhosa. É um tempo em que tudo é
motivo para poesia. Quanto tempo dura esta fase? Não sabemos, só podemos afirmar
que ela passa.
Segunda: Fase do
desencantamento
Na fase da conquista e da sedução, a gente só mostra o lado ensolarado de
nossa personalidade.
As sombras, as fraquezas, as feridas emocionais, os medos ficam escondidos.
Mas sempre chega o momento em que as coisas que estavam debaixo do tapete
aparecem com a luz do dia. É nesta fase que muitas pessoas se desesperam na
tentativa de mudar o outro, afim de que ele corresponda à imagem idealizada. Você não aceita como ele é. Neste momento as
pessoas são capazes de qualquer coisa:
sufocam,oprimem,chantageiam,ameaçam,castigam-se mutuamente. Quanto o casal é
maduro e está aberto para aprender, logo percebem que o casamento é a união de
dois seres humanos limitados e imperfeitos que podem crescer e se desenvolver
com esta experiência conjugal. Isso faz toda diferença.
Terceira: Fase do “crescei e
multiplicai-vos”
Quando a mulher se dedica aos filhos pequenos e o homem está afirmando
profissionalmente, consolidando sua carreira. É a fase onde há o perigo de
perder o parceiro de vista dentro do casamento. O homem mergulha no trabalho e a
mulher é engolida pelo cuidado com a casa e as crianças e, muitas vezes, também
com sua profissão. Essa tensão drena todas as energias do casal. É uma época
onde os dois engavetam frustrações, mágoas e raivas do passado. Se o casal não
buscar em Deus a saída, com certeza o fim será o acúmulo de emoções negativas
que já estavam emergindo no fim da fase do encantamento.
Neste período, o relacionamento pode estagnar encalhar e virar uma
prisão insuportável. Os momentos de desencantamento são muito dolorosos porque
envolvem doses inevitáveis de frigidez emocional. Essa é a hora de buscar ajuda
externa.
Quarta: Fase do
questionamento e redefinições
É a fase onde os parceiros questionam o vínculo, fazem um balanço da ligação.
Aqui está a grande oportunidade de o casal se libertar dos ressentimentos e
frustrações em relação ao cônjuge. Para alcançar essas mudanças o casal deve
enfrentar um processo trabalhoso que pode, em compensação, dar lugar a vitória
de Deus na relação, ternura, cuidado com o outro e a identificação. Quando não
há esforço e interesse em mudar a situação, o resultado final é o divórcio
emocional ou a convivência amarga em um casamento morto.
Quinta: Fase de reintegração quando os
filhos já estão adultos e o casal pode descobrir e se apaixonar
Quando os dois, marido e mulher, conscientes do que significa “Casamento”,
conseguem superar as fases difíceis e seguir juntos, pode-se chegar a um momento
de integração. Podemos dizer que os dois atingiram o equilíbrio entre a
individualidade e intimidade. Não existe mais disputa sobre o quanto é meu, o
quanto é seu e o quanto é nosso, o que há é companheirismo, compromisso de
amizade e comunhão.
É claro que as fases não são rígidas, com tempos definidos e sequência
predeterminada, e uma necessariamente não segue a outra.
Mas são momentos que todos os relacionamentos atravessam, com maior ou menor
intensidade. Eu chamaria essas fases de estações, primavera, verão, outono e
inverno.