quarta-feira, 29 de maio de 2013

É correto um cristão ser policial?

Na Mira da Verdade
Se você tiver coragem de perguntar, a Bíblia terá coragem de lhe responder.
TV NOVO TEMPO - CANAL 13 - ROLIM DE MOURA


Policial_só



Além de não proibir um cristão de ser policial, a Bíblia exalta essa profissão que é extremamente importante no contexto de pecado (1Jo 5:19) em que vivemos.
A aprovação de Deus podemos encontrar, por exemplo, em Lucas 3:14, onde o profeta João Batista aconselhou da seguinte maneira os soldados romanos que ouviram sua pregação:
“Então alguns soldados lhe perguntaram: ‘E nós, o que devemos fazer?’ Ele respondeu: “Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o seu salário”.
João Batista era um pregador que não temia “chamar o pecado pelo nome”, tanto que foi morto por isso (ver Mt 14:1-12; Mc 6:14-29; Lc 3:19, 20; 9:7-9). Entretanto, quando interrogado pelos soldados quanto ao que deveriam fazer para terem o favor e a aprovação de Deus, o profeta inspirado não os aconselhou a abandonarem a profissão deles.
Ao invés disso, os orientou a serem honestos no trabalho, sem extorquir os outros e a tratá-los com respeito e dignidade.
O valor a profissão de policial (entre outras funções que trabalham pela ordem e segurança da sociedade) é apresentada em Romanos 13:4, que diz ser a autoridade “serva de Deus” (Nova Versão Internacional) para o bem dos cidadãos que vivem como verdadeiros cidadãos.
Ao mesmo tempo, a Bíblia diz que, além de serva do Criador, a autoridade é “agente da justiça para punir quem pratica o mal” (Rm 13:4, última parte).
O POLICIAL E A ADORAÇÃO
Alguns cristãos que observam o sábado como dia de repouso pensam ser inviável conciliar a adoração a Deus no sétimo dia, como orienta o 4º mandamento do Decálogo (Êx 20:8-11), com a responsabilidade de um policial em cumprir com uma escala que o coloque em serviço no “dia do Senhor” (Is 58:13, 14; Mt 12:8; Mc 2:27, 28).
Porém, essa é uma questão pessoal. Isso é evidente no fato de que há pessoas que conseguem conciliar as duas coisas, enquanto que outras, não.
Obviamente, se for para não adorar a Deus no Seu santo dia, é melhor deixar de lado a profissão. Porém, para aqueles que conseguem ser adoradores e, ao mesmo tempo, servir a sociedade na luta contra o crime, poderão perfeitamente representar a Deus como Seus servos na punição dos criminosos que não se arrependeram dos seus pecados.
Em situações emergenciais (pois o pecado “não avisa” quando chegará com seus efeitos), o profeta Neemias contou com o serviço de guardas para que um mandamento de Deus não fosse desprezado pelo povo rebelde, que queria comercializar no dia de sábado:
“Quando as sombras da tarde cobriram as portas de Jerusalém na véspera do sábado, ordenei que fossem fechadas e só fossem abertas depois que o sábado tivesse terminado. Coloquei alguns de meus homens de confiança junto às portas, para que nenhum carregamento pudesse ser introduzido no dia de sábado (Nee 13:19. Ver também Nee 13:15-22).
Perceba que esses “policiais” nos dias de Neemias não deixaram de ser adoradores do Deus de Israel, e conseguiram cumprir com suas obrigações para garantir o bem-estar da sociedade da época.
Isso nos leva a concluir que um policial que observa do sábado pode encontrar o ponto de equilíbrio. Enquanto que não negligenciará sua adoração e comunhão com o Criador (ver Hb 10:25), o soldado estará à disposição da sociedade, desde que isso não seja uma “desculpa” para negligenciar a própria vida espiritual, que sempre deverá estar em primeiro lugar (Mt 6:33).
CONCLUSÃO
A Bíblia não poderia proibir uma profissão tão importante. A autoridade é vista como “serva de Deus” (Rm 13:4) e o profeta João Batista, sobre inspiração, não foi contra o trabalho policial. Ao contrário, aconselhou aos soldados que exercessem suas funções com honestidade diante de Deus e dos cidadãos.
Vemos na Bíblia que, em situações emergenciais, em que a ordem de uma sociedade teocrática estava em jogo (ver Neemias 13:19), o profeta Neemias contou com o serviço de vigilância para impedir que no dia de sábado a cidade de Jerusalém participasse de uma atividade indevida para o dia santificado (comércio).
Todavia, se um cristão julgar que não poderá ser um adorador constante devido ao revezamento que ocorre na escala, será melhor não comprometer sua espiritualidade.
Há policiais que conseguem ser bem atuantes em sua esfera e, ao mesmo tempo, adorar a Deus na igreja, durante os cultos, especialmente no sábado. Por isso, é importante que, além de ler essa resposta, o cristão converse com outros crentes que tiveram êxito em seguir sua carreira militar e que se mantiveram  fieis na obediência ao quarto mandamento.
A experiência vivida por outras pessoas consagradas é uma das melhores escolas para aqueles que são menos experientes. Além disso, o reconhecimento das próprias limitações emocionais é fundamental no momento de avaliar os “prós” e os “contras” na escolha da referida profissão. Assim como em qualquer outra área da vida, ser policial é um “dom”, e nem todos terão estrutura psíquica e habilidade para isso.
Independente da escolha que fizer, saiba que Deus irá lhe abençoar e tornar-lhe uma pessoa bem-sucedida e realizada naquilo que fizer, se decidir todos os dias ser fiel e obediente a Ele em todas as circunstâncias, bem como representa-Lo dignamente onde quer que esteja (cf. Mt 5:13, 14).
“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” (Mt 7:24-27).

PUBLICADO EM , POR LEANDROQUADROS


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Quando a foto vem antes


Atualmente vale mais registrar do que experimentar

Fotolia

Em fevereiro, o papa Bento 16 surpreendeu o mundo ao anunciar que deixaria o cargo. No dia 13 de março, já havia novo papa. E logo após o conclave, circularam na internet duas fotos que retratavam a forma como os fiéis presentes na Praça São Pedro acompanharam o anúncio da eleição dos dois últimos pontífices, Bento 16 e Francisco. Oito anos separam ambas as fotos, e uma diferença salta à vista: o incrível aumento de câmeras, tablets e smartphones pessoais para captar aquele instante. 
 
Estar presente numa ocasião como essa é algo muito importante para muitas pessoas. É a oportunidade de serem as primeiras a testemunhar um grande acontecimento. Mas, curiosamente, quando o papa Francisco foi anunciado, os milhares que se aglomeravam na praça não foram os primeiros. Suas câmeras registraram antes! Ao assistir a tudo através das telas, os fiéis concederam o privilégio desse primeiro contato às suas próprias lentes.
 
Esse fato ilustra bem a mudança de valores da nossa época. Se há poucos anos dizíamos que o que importava era viver o momento, isso já passou. Agora parece que o que importa é registrar o momento, de preferência para poder mostrar para os outros depois. Por que será que ficamos com uma sensação de perda se vamos a um lugar paradisíaco e não batemos uma foto ali? Por que fazemos tanta questão de registrar, seja em foto ou vídeo, um momento de glória ao lado de uma celebridade? É porque nossos valores mudaram.
 
Mais antigamente ainda, as pessoas se reuniam em torno do viajante que, vindo das partes mais remotas do imenso planeta, contava suas histórias fantásticas. Diante dos relatos mais impressionantes, ficava para o juízo de cada um decidir se os monstros realmente existiam ou eram fantasia da cabeça do estranho. Agora as pessoas se reúnem em torno da máquina. É ela que conta a história. É ela que diz o que é verdade ou não.
 
Uma coisa permanece a mesma: é sempre um prazer dizer que esteve lá, que viveu aquele momento. Só que antes era importante que o viajante experimentasse toda a magia do acontecimento em sua plenitude. O relato era só uma consequência. Era essa experiência intensa que convertia o viajante na própria história viva. Mas, no lugar da história viva, ganha importância o registro morto, a foto ou o vídeo, ao qual conferimos a primazia. O relato deixou de ser a consequência para ser a causa, e agora só vale se tiver sido registrado por uma câmera. 
Essa lógica faz com que os viajantes modernos não se preocupem mais em experimentar com intensidade um acontecimento. Estão sempre preocupados em registrar “todos os detalhes” para mostrar para os outros depois, afinal, é isso que validará sua experiência.
 
Somos todos viajantes modernos. Vivemos muito mais coisas do que qualquer pessoa dos tempos passados, mas não nos deixamos ser tocados pelos lugares, pelas pessoas, pelas experiências. Estamos ocupados demais transferindo tudo isso para nossos equipamentos digitais. Talvez isso não seja um grande problema. Afinal, as coisas mudam mesmo. Mas não deixa de ser curioso e paradoxal. Na tentativa perpétua de reafirmar: “Eu existo! Eu sou importante! Eu tenho valor!”, topamos qualquer parada, inclusive sair do centro da cena para dar lugar a um objeto que é nossa própria criação, que não tem vida própria.


Esboço da Escola Sabatina #08 Confiando na bondade de Deus (Habacuque)

quinta-feira, 23 de maio de 2013